Chico Taquara foi um personagem que, provavelmente em 1840, abandonou a vida social e profissional com o objetivo de viver isolado do mundo e praticar meditação até alcançar a plena consciência de si mesmo, viver plenamente consciente. O filósofo Henry David Thoreau teve a mesma atitude nos Estados Unidos, em 1845. Tirando a fantasia que as pessoas cultivam em relação aos indivíduos superconscientes, podemos realmente dizer que esse anacoreta foi um espírito iluminado. Ele foi um sábio que praticou o caminho do desapego e da realização espiritual através do desenvolvimento da reflexão sobre as fantasias provindas das emoções, dos pensamentos e dos instintos. Sábio não é aquele que acumula muita cultura e muitos diplomas, mas aquele que tem a percepção da realidade espiritual da vida. Um dos principais dons alcançados por ele foi exatamente o dom do desapego através do discernimento. Ele concentrou atentamente sua atenção nos fenômenos fugazes da vida, descobriu a inutilidade da crença nas vaidades, e, resoluto, convicto e persistente, focou seu objetivo existencial na meditação contínua, para não deixar sua consciência ser bloqueada pelas fantasias sociais e humanas. Por isso, manifestou o dom do desapego da vida e viveu como as maiores lideranças da espiritualidade mundial viveram, dentre as quais podemos citar Vyassa (compilador dos Vedas, organizador dos Mahabarata e autor dos Puranas), Vivekananda, discípulo de Ramakrisnha, e Patanjali (fundador da Yoga e autor dos Sutras). Sem dúvida, Chico Taquara foi um grande desapegado.
OUTROS LIVROS DE MARCO AURÉLIO DIAS
Clique no título para ler mais
Este obra está licenciado com uma Licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial-CompartilhaIgual 4.0 Internacional.