Joana de Angelis Inspirou Nhá Chica

Texto do psicanalista e pedagogo Marco Aurélio Dias

O espírito de Joana de Angelis foi o protetor e inspirador da obra espiritual desenvolvida pela religiosa mineira (Nhá Chica) na cidade de Baependi, Minas Gerais. Na ocasião, por volta de 1856, Joana de Angelis se apresentou a Nhá chica. A espiritualista o identificou como sendo o espírito de Maria. A mente de Nhá Chica, na época, identificou aquele espírito por meio de um perfil católico. Ela não estava se enganando. Com isso, a visão se personificou numa forma parecida com as imagens que os artistas plásticos criaram de Maria, Mãe de Jesus, de quem Nhá Chica era muito devota. Joana de Angelis deixou que isso acontecesse para não assustá-la. Ou seja, a mente de Nhá Chica deu uma forma católica ao espírito de Joana de Angelis. Sabe-se que o mundo físico é uma representação do que cada pessoa enxerga. No mundo psicológico e no mundo espiritual, ocorre o mesmo. Como Nhá Chica estava acostumada a se conectar com o mundo espiritual fazendo orações diante da imagem de Nossa senhora da Conceição, Joana de Angelis assumiu, na mente dela, essa forma espiritual, e, assim, conseguiu inspirar e proteger a grande obra de caridade que estava sendo realizada em Baependi. O processo foi automático. Mal o espírito se apresentou, Nhá Chica deu-lhe a aparência de Maria. Dessa forma, ela começou seu diálogo real com o mundo espiritual e tornou-se íntima do espírito de Joana de Angelis. Na verdade, elas já trabalham em obras de desenvolvimento do estado de consciência do amor, há séculos, antes e depois da Ordem fundada por São Francisco de Assis logo depois da sua desencarnação. Durante toda a história da humanidade, os espíritos encarregados de desenvolver o lado moral e espiritual dos povos sempre usaram desse artificio de se deixarem representar segundo as crenças das pessoas encarnadas, com o propósito único de não assustar as pessoas que tinham mediunidade desenvolvida e potencial de trabalharem divulgando a paz, o amor, o respeito e a oração.