A compreensão de que não existe ensino sem aprendizagem (Paulo Freire) está na própria estrutura filosófica da frase, pois, necessariamente, a proposta ensino-aprendizagem é uma interação entre o professor e o aluno, entre os alunos, entre o aluno e a escola, e a interação pode acontecer ou não. Haverá sempre um abismo entre ensino e aprendizagem, se não for estabelecida a interação, pois existe um terceiro componente na proposta ensino-aprendizagem que pode ter uma versão assim: ensino-interação-aprendizagem. Não existe a possibilidade de um docente ensinar e o aluno não aprender. Na hipótese de que o professor se esforçou muito para ensinar, conforme é o teor da reclamação de muitos educadores, e o aluno, por motivos biopsicossociais, não ter aprendido, ainda assim podemos inferir que o professor não ensinou. O desempenho do professor, por melhor que seja, só será vitorioso ou eficaz se o aluno conseguir aprender. E pode acontecer também a hipótese de um aluno ter se esforçado muito para aprender, porém o professor não ter se dedicado o suficiente para ensinar. O fracasso do aluno na aprendizagem será sempre um fracasso do professor no desempenho da sua didática, será fracasso da escola, de toda a equipe de funcionários e será também um fracasso da sociedade. O ato de ensinar só se concretiza quando o aprendente constrói o conteúdo que foi ensinado. Portanto, se o aluno não aprendeu, o professor não ensinou. O professor, consequentemente, deve sempre repensar suas práticas, seus procedimentos e seus planos de aula, quando observar que um ou vários alunos não estão conseguindo acompanhar o currículo. O objetivo principal da educação é levar o aluno a aprender a aprender.
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