Allan Kardec e os Druidas

A história do advento do Espiritismo na Europa começou logo depois que São Francisco desencarnou na cidade de Assis, na Itália, em 03 de outubro de 1226. Quando ele entrou no plano espiritual, foi recebido pelos espíritos que atuaram como seus mentores e inspiraram sua obra de caridade cristã e de amor a Deus e aos semelhantes na Itália. Juntos, naquele momento, por determinação da Lei de Evolução, eles criaram uma confraria no plano espiritual que denominamos de Ordem Franciscana de Assis. Poder-se-ia chamá-la de Ordem Franciscana Espiritual. Diz-se que foi por determinação da Lei de Evolução porque, no mundo espiritual e no mundo material, nada acontece por acaso, mas por uma causa, e a causa em questão é a Lei de Evolução. O nome dessa ordem não é de grande importância, mas sim o trabalho que ela desempenhou e desempenha no mundo terreno. Ela é de alta transcendência. Naquela época, ela foi uma fraternidade espírita com tendência católica e espiritualista, ligada aos interesses da evolução espiritual do gênero humano, e tinha como objetivo maior revitalizar a espiritualidade do mundo, promover o entendimento cordial entre as pessoas e aumentar o estado de consciência da humanidade. É importante saber que essa ordem franciscana inspirou o advento do Espiritismo no mundo. O número de grupos de estudo e trabalho existentes no plano espiritual, envolvendo as leis defendidas por Kardec, como, por exemplo, a reencarnação, é muito maior do que os grupos espíritas que existem na face da Terra. Há, no plano espiritual, estudos avançados, planejamentos e tentativas de promover entre os seres humanos a paz, o respeito mútuo, o amor e a cooperação, do mesmo modo como as mais diversas instituições sociais planejam e implementam ações que visam melhorar as condições de vida da sociedade. As pessoas sempre puderam contar com a ajuda dos espíritos, mesmo sem saber. Na época da formação da ordem citada, isso no ano 1226, logo após São Francisco de Assis desencarnar, alguns dos grandes sacerdotes druidas, conhecidos como "serpentes da sabedoria", também já tinham terminado seus trabalhos na Terra e, desencarnados, exerciam no plano espiritual a atividade de auxiliares e mentores. O espírito de Allan Kardec era um desses sacerdotes mentores. Pois alguns deles foram convocados para integrar os quadros dessa falange. Além disso, concordaram e aceitaram reencarnar para cumprir a sublime missão de mudar o estado de consciência da humanidade, principalmente recuperando a compreensão cristã primitiva da Lei de Reencarnação dos espíritos, a qual foi distorcida e substituída pela doutrina insustentável da ressurreição. Muitos trabalhos foram realizados por essa falange, no plano terreno e no plano espiritual. No século XIX, essa Ordem organizou uma equipe de espíritos, os quais deveriam reencarnar em vários pontos do mundo a fim de restaurar a doutrina original dos evangelhos. Allan Kardec fez parte dessa falange e reencarnou (em 1804) na França com a principal missão de codificar o Espiritismo, que já era praticado por muitos médiuns, mulheres e homens, em outras partes da Europa. O espírito de Chico Xavier, naquela época, companheiro de Allan Kardec, reencarnou também e ficou conhecido como Ruth-Céline Japhet, uma das principais médiuns que encaminhavam as perguntas de Allan Kardec aos espíritos desencarnados e depois psicografavam as respostas. Os próprios espíritos desencarnados envolvidos na equipe de São Francisco de Assis respondiam as perguntas que eles mesmos insuflavam na mente de Allan Kardec. Ou seja, os espíritos colocavam as perguntas e eles mesmos respondiam. Essa conexão mais fácil entre as pessoas e os espíritos havia sido planejada anteriormente pela Ordem de Assis. As irmãs Caroline e Julie Baudin também reencarnaram e fizeram parte deste plano de ação, trabalhando sempre em prol do advento do Espiritismo. Uma equipe muito bem estruturada conectava o plano espiritual com o plano terreno, e o resultado foi todo o movimento espírita verificado na Europa daquela época, culminando com a codificação do Espiritismo feita por Allan Kardec e seu grupo. Na mesma época, quando a coroa portuguesa começou a explorar o ouro e as pedras preciosas em Minas Gerais, os dirigentes dessa Ordem enviaram ao Brasil outros espíritos evoluídos, com a missão de fundar uma frente espiritualista e criar uma transição do estado de consciência do catolicismo conservador da igreja católica para uma consciência universalista das leis espirituais que regem o mundo, pautando os estudos nos livros de Allan Kardec. O espírito do dr. Bezerra de Menezes reencarnou também, em 1841, na cidade de Jaguaretama, no Ceará, e foi uma personalidade muito importante na conjuntura desta missão evangelizadora, pois ele defendeu um novo estado de consciência espiritual para a sociedade, se empenhou na implementação de uma metodologia única para a difusão do Espiritismo e enfrentou os ataques dos católicos conservadores. Alguns desses missionários tiveram encarnação anterior na região da França, onde os sacerdotes druidas praticavam sua doutrina da unidade de Deus. O local do templo onde Allan Kardec e os outros sacerdotes e sacerdotisas druidas praticavam a doutrina da Unidade de Deus, em tempos mais antigos, era exatamente no terreno onde foi erguida e está assentada a Igreja de Notre Dame. A meta desses espíritos que reencarnaram em Minas Gerais, bem como a de seus mentores, era transformar o estado numa espécie de capital espírita do Brasil, promovendo a arte, a ética, a religião e o conhecimento das leis que regem a evolução, principalmente a Lei de Reencarnação, pela qual os espíritos renascem para adquirir mais elevados estágios de consciência espiritual e conhecimento. Pertenceu e pertence à falange dessa Ordem Franciscana, o espírito de Nhá Chica, que fez um grande trabalho de caridade entre os pobres e doentes de Minas Gerais, e, depois, quase que imediatamente, reencarnou na Bahia como Irmã Dulce para continuar seu trabalho em prol da ajuda aos pobres e doentes. O espírito de Chico Taquara, de São Thomé das Letras, além de ter sido uma das muitas reencarnações do espírito do filósofo Diógenes, o qual frequentava a Academia de Platão, também reencarnou, por volta de 1840, e, do seu isolamento extremo na cidade de São Thomé das Letras, produzia grandes vibrações de paz para a humanidade. Francisco Cândido Xavier, reencarnação do espírito de Ruth-Céline Japhet, médium que praticamente sozinha psicografou todas as respostas dos espíritos consignadas no Livro dos Espíritos, reencarnou, em 1910, na cidade de Pedro Leopoldo, Minas Gerais, com uma mediunidade avançada e escreveu mais de 450 livros que inspiraram e inspiram o movimento espírita no Brasil. Fora tantos outros membros dessa organização, deve-se citar o dr. Ivon Costa, reencarnação do espírito de Giordano Bruno, teólogo, filósofo, escritor, matemático, poeta, teórico de cosmologia, ocultista hermético e frade dominicano formado pela Universidade de Nápoles Frederico II, em 1565, o qual enfrentou a Igreja Católica e tentou substituir a doutrina a ressurreição pela da reencarnação, sendo, por causa disso, queimado vivo na fogueira da Santa inquisição em 1600. Todos esses espíritos tiveram alguma encarnação entre os Celtas, na antiga Gália. São espíritos antigos e missionários, que cooperam com ações valiosas para a evolução do estado de consciência da humanidade, à exemplo do trabalho que fez no Brasil o espírito do dr. Bezerra de Menezes.