sábado, 20 de novembro de 2021

Por Onde Andei


Espíritos Zombeteiros e Mentorias do Mal

Em 1980, atendi um casal que havia perdido um filho e estava desesperado querendo notícias. Disse-me a senhora que seu filho, quando casou, ganhou do pai um apartamento, para não ter que pagar aluguel. Certo dia, quando saiu do trabalho, conheceu um homem que se dizia médium e que se comunicava com o espírito de São Jorge, o qual teria lhe comunicado que brevemente o mar iria inundar todo o litoral do Rio de Janeiro. O espírito de São Jorge orientou-o para viajar até Mato Grosso, subir a montanha do Roncador e fazer um ritual específico para a inundação não acontecer. O suposto médium, muito acreiando nas vozes zombeteiras que o orientavam, aproveitou a oportunidade e disse ao rapaz para vender seu apartamento e ir com ele fazer o ritual, pois em breve, caso não fizessem o ritual, todo o Rio de Janeiro estaria debaixo do mar. Isso só não aconteceria se os dois fossem fazer o ritual no Mato Grosso. Chegando em casa, o rapaz contou ao pai e à mãe toda a conversa que teve com o médium. Tentou convencer seus pais de que o Rio de Janeiro iria afundar. Essa família viveu dias de inferno. Ninguém tirou essa ideia insensata da cabeça do rapaz. Dias depois dessa conversa com o médium, o rapaz vendeu o apartamento, sem o consentimento do pai, e por um preço muito inferior ao que valia. Abandonou o trabalho e foi com o médium fazer o ritual para impedir que o mar invadisse o litoral carioca. A viagem durou meses. As despesas com hotéis, alimentação, jantares em restaurantes de elite, vinhos caros e passagens foram altíssimas. Fizeram o ritual na montanha do Roncador. Quando o dinheiro estava acabando, voltaram ao Rio de Janeiro. O médium, que recebia o espírito de São Jorge, enlouqueceu em Copacabana e foi internado numa clínica para doentes mentais. O rapaz, que achava que o Rio de Janeiro não afundou por causa dos seus rituais no Mato Grosso, apareceu com um câncer no estômago e logo desencarnou. Na ocasião, na capela onde recebi aquela senhora, pude ver o rapaz desencarnado, preso no umbral, vociferando uma mensagem de perdão pelo desatino que cometera, no ouvido dos pais. Transmiti-lhes a mensagem do filho, mas pedi que o perdoassem, pois o mesmo fora fascinado pelas energias de uma falange do mal, da qual o médium era veículo. Não havia nenhum espírito de São Jorge nessa história. As mentorias do mal usam também artifícios dos espíritos zombeteiros. Enfim, devemos nos afastar das pessoas que tentam nos seduzir, fascinar e sugerir caminhos que levam à perdição.








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