sexta-feira, 1 de abril de 2022

Por Onde Andei


Reencarnação e Falanges Espirituais

O mundo dos espíritos é social. As sociedades comunitárias dos espíritos organizam os planos de reencarnação e desencarnação. Não existe desamparo espiritual. Todos os espíritos, até mesmo os encarnados, são amparados e assistidos espiritualmente desde que nascem, durante a vida terrena e a partir do momento em que desencarnam, não só pelas leis de causas e efeitos, mas pela vigilância dos espíritos supervisores aos quais os espíritos estão associados. Engana-se quem pensa que o mundo espiritual é uma bagunça ou sem leis e organizações. Citemos como exemplo disso o espírito de Nhá Chica. Depois que ele terminou sua obra espiritual em Baependi, Minas Gerais, reencarnou na Bahia para continuar sua obra de caridade junto aos pobres, doentes e desvalidos. O processo de reencarnação do espírito missionário pode ser muito rápido ou não, vai depender da sua vontade, dos planejamentos da falange supervisora que o assiste e da necessidade da lei de evolução espiritual. No plano espiritual nada é isolado. Lá tudo acontece sob a coordenação das sociedades comunitárias dos espíritos, assim como na Terra tudo é gerido pelas sociedades humanas. Existe o livre arbítrio dos espíritos, assim como os humanos têm livre arbítrio. Mas tanto os espíritos desencarnados quanto as pessoas encarnadas estão sujeitos à Lei de Causas e Efeitos. O mundo dos espíritos é uma organização social, tem suas leis e não funciona na base de cada um por si ou da lei do mais forte. Tomando como exemplo o caso de Nhá Chica, sabemos que ela desencarnou na cidade de Baependi, em 1895, e reencarnou em Salvador, Bahia, em 1914. Ela permaneceu 19 anos da Terra numa cidade espiritual onde reencontrou seus entes queridos e resolveu assuntos de natureza espiritual concernentes ao seu plano de reencarnação, auxiliada pela falange de espíritos que a assistiram e inspiraram quando estava encarnada como Nhá Chica. A mesma falange ou coordenadoria espiritual a assistiu no processo e planejamento da reencarnação que iria fazer na Bahia como Irmã Dulce. Os acertos foram em relação ao local onde nasceria, em qual família, o nível cultural do entorno e da família, quais as condições sociais e financeiras e qual o tipo de obra que iria colocar em ação - essas e outras particularidades da reencarnação de Nhá Chica foram planejadas por ela e por seus mentores espirituais. Assim como dizemos que o homem é um animal social, podemos também dizer que o espírito é uma entidade social. Os espíritos desencarnados vivem em grupos e articulam seus trabalhos sociais, nos mais diferentes planos de existência do mundo espiritual. O planejamento da reencarnação de um espírito passa por uma junta de coordenadores ou auxiliares, os quais estarão encarregados de proteger a obra que foi planejada para o espírito reencarnante. Assim como nas escolas existem juntas pedagógicas que, observando os documentos oficiais da Educação, coordenam o trabalho que o professor deve fazer em sala de aula, o mesmo ocorre no plano espiritual com os espíritos evoluídos e preparados que, em sintonia com as regras da lei de evolução, planejam trabalhos espirituais na Terra. Portanto, baseados nesta verdade, podemos dizer, por exemplo, que a missão de Chico Xavier na Terra não foi uma missão apenas dele, isolada ou algo que ele inventou de fazer a partir de uma etapa da sua vida. A missão dele foi planejada antecipadamente pelos supervisores espirituais, os mesmos que planejaram sua reencarnação e que estiveram acompanhando diretamente do plano espiritual a sua obra. Não são todos os espíritos desencarnados que podem conscientemente, com a equipe de auxiliadores, planejar uma reencarnação tão rápida. No caso de Nhá Chica, que ficou desencarnada só 19 anos e logo reencarnou como Irmã Dulce, foi possível porque se trata de um espírito missionário. O nascimento e a obra de Allan Kardec também seguiram o mesmo parâmetro. Alguns espíritos igualmente muito evoluídos podem passar 100 anos, 200 anos e até muito mais anos desencarnados em planos espirituais inimagináveis. Quando esses espíritos muito evoluídos reencarnam para realizar uma obra importante para a evolução da humanidade, há sempre uma junta de espíritos supervisores, no plano espiritual, planejando e assessorando o trabalho que deve ser feito. Na verdade, nenhum espírito reencarna sem uma coordenação e sem uma missão. A missão pode ser pessoal, de regeneração, ou social, de impulso humanitário. Outros exemplos: Emmanuel foi apenas um dos supervisores da obra de Chico Xavier. Nhá Chica viu o espírito de Maria Imaculada (não necessariamente a Mãe de Jesus, mas um emissário dela ou apenas como ele se apresentou), conversava com ele corriqueiramente. Esse espírito de Maria fazia parte da falange à qual ela estava associada e que planejou sua reencarnação em São João Del Rei, bem como a obra espiritual que ela viria a desempenhar na cidade de Baependi, Minas Gerais. Essa mesma falange espiritual planejou sua reencarnação na Bahia como Irmã Dulce. São esses alguns dos pormenores da reencarnação e da sociedade dos espíritos. Nada acontece por acaso.








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